domingo, 27 de março de 2011

Casamenteira

Hoje eu acordei com a seguinte mensagem: Estou esperando vc na igreja as 10:30 favor não esquecer o seu buquê, bjs te AMO.
Na hora foi tudo foi muito confuso, mas como de custume, obedeci. coloquei minha calça jeans e uma camisa regata, quis sair, já de saida voltei para buscar o buquê, só então eu fui para a igreja mais próxima.
No caminho acabei me atrasando encontrei uma velha amiga e ela me perguntou entre outras coisas onde eu estava indo, disse:
-Amiga estou indo para uma igreja levar esse buquê, mas não sei bem se é meu casamento, enfim, tenho que ir estou atrasada. bjs
-Legal até sexta então. bjs

No caminho recebi outra mensagem, " Amor se vc não vier tudo bem, só não sei bem o que fazer, como faz para tirar o nó da graváta?
então corri em disparada, ao chegar na igreja encontrei o padre, o noivo e os anéis, o detalhe é...
Eu nunca tinha visto esse cara antes, mas como de custume, obedeci. Casei!
O buquê eu tenho até hoje, tenho três filhos lindos, e como de custume sempre obedeci!

tititi... tititi... tititi... DROGA!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Dos quereres

"Os outros eu conheci por ocioso acaso.

A ti vim encontrar por que era preciso."

[Guimarães Rosa ]

E todos opinam.

Uns dizem que não sei escolher, outros que tenho problemas de continuidade, outros ainda afirmam categóricos que não deixo os outros saírem de minha vida, outros são taxativos e dizem sem pudor que arrumo desculpas que são válidas apenas na minha mente e só na minha, o que é um absurdo, dado a minha inteligência.

Uns, acredito que já descrentes, desistiram de me dar conselhos, outros desesperados arranjam de me apresentar todo o repleto círculo de amizades de solteiros-bom-partidos-da-praça, acreditam e fazem fé que, quem sabe ao observar o estado da mercadoria, os sinos batam, as harpas toquem e os olhos se encham de corações apaixonados, finalmente eu me renda.

Sei que tenho sido relapsa com o coração. Sei que tenho tratado desse assunto como frivolidade e desinteresse. Feito verdadeiros contratos temporários. Admito que não tenho levado a sério, tenho banalizado, cumprido tabela, horário.

Palavras me tranqüilizaram há pouco: Tu serás feliz, filha! Se é que já não és.

Tenho quisto muito da vida, talvez, fora de hora, talvez, fora dos padrões, do convencional, do comum e trivial. Batido de frente contra as receitas de bolo, e as pré-fabricações de felicidade..Quero inventar minha própria receita, quero fabricar minha própria felicidade.

Tenho quereres temporários, quereres de menina mimada, quereres independentes, confusos, sensiveis, fieis. Quereres com nome e sobrenome.

Quero tu.

É um querer preciso.






































sábado, 12 de março de 2011

Amor, amante e Amando

És de tudo um pouco,
Amor, amante e amando.

O absurdo nos persegue
aparência, devaneio, fábula e criação

Mania nossa de enxergar apenas o que nos interessa.

Para muitos grande amor é utopia,
pobres...
recebem migalhas que sobram de nosso amor.

E é acreditando nessa derradeira força que sinto firmeza e paz.

Varanda, cigarro e pensamentos

Eu só lembro de algumas ideias, afinal seria necessário um compilador de pensamentos para descrever o texto na integra.
Então aqui vão partes soltas e descompassadas, assim como eu! enfim, tudo começou com uma frase de chico: The peoples afraid change and I have afraid that peoples will never change.

E de certeza eu afirmo, meu cigarro sempre finda primeiro que os outros, seria até fácil de responder se eu fosse indagada o por que, de cara responderia: ansiedade acumulada diria, no auge da embriagues. E fico me perguntando então para que po#$@ serve ansiedade?

Bem quando acendi o de hoje foi a procura de novas sensações, achei um esquecido bem no cantinho direito da bolsa grande e colorida, esse foi da ultima noitada com meus amigos, então resolvi ir até a varanda, deitar na rede e ir em busca da "tal" nova sensação!
Mas derepente, na esperança de sentir alguma coisa, eu não senti nada, levei minha mão ao peito e o jeito foi pensar que eu não tinha coração!! Entretanto, senti as ideais fluindo, loucas, descompassadas, frenéticas, talvés elas estejam nesse ritmo carnavalesco. dentre muitas, surge a seguinte questão: Afinal somos caça ou caçador nesse mundo caótico? esse forma que encontramos de sobreviver é verdadeiramente a melhor? Ai como eu queria reinventar, recriar uma nova maneira de socializar.

Não, na verdade eu encontrei respostas, as minhas respostas, então num contentamento descontente, coloquei meu cigarro ao pé da varanda e deixei que o próprio tempo consumisse aquilo que eu não preciso mais.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Acerca da memória olfativa


"..My home is my man.."(Mallu Magalhães)

É meu bem, antes fosse só ouvir tua voz no meu ouvido. Antes fosse te enxergar vindo em minha direção. Antes fosse apenas te tocar e/ou sentir teu gosto descendo pela minha garganta, antes fosse tudo isso junto e duma vez. Mas nada, nada se compara com a inquietação provocada por teu cheiro.

Não é a toa que teu cheiro me transporta. Como sair de si. Realidade irreal. Exala tua alma, teus gestos, teu jeito. Surge de onde menos espero, traz de repente tua presença perturbadora da paz alheia, desencadeando várias sensações, prazeres, desejos. Essa experiência olfativa move meu mundo, provoca sensações vívidas e concretas. Faz-me sonhar de corpo inteiro, acordar com teu cheiro e permanecer com ele. Tudo culpa de 20 milhões de receptores de aromas feitos para detectar moléculas de odor que chegam pelas narinas ou pelo fundo da boca. Cientifico. Apocalíptico.

Então, que farei de tu?

Tu que és a própria molécula de odor, materializada a pairar no ar que eu respiro.



Verbo




"..Chega, de saudade
a realidade, É que sem ela não há paz,
não há beleza.."(Chega de Saudade - Tom Jobim e Vinicius)



Eu vou transformar a minha saudade em verbo, pois nunca houve uma com tanta flexão: tempo, modo, pessoa e número. Nenhuma que aportou dantes e fez morada expressava processos, ação, estado, mudança de estado, fenômeno da natureza, conveniência, desejo e existência.

Minha saudade não é substantivo, ela é verbo que tenho conjugado no presente, no passado e no futuro, carnaval e dia santo.

É a mais pura falta, lacuna, espaço em branco, com um quê de arrogância e má criação, finca pé, imperativa.

É também o mais puro medo de sentir tanto e tanta falta de alguém, medo de não encontrar mais nada que cheire teu cheiro, que seja teu gosto, que seja tu, com todas as peculiaridades e trejeitos.

Saudade que como dizia uma professora “deixa a gente feia e triste”; é ver o relógio parar durante o tempo em que não estamos juntos.

Saudade é, sobretudo, sentir tua presença tão real e verdadeira aqui.

Presente, passado e futuro, carnaval e dia santo.

Agarrada ao seu pescoço em uma terça de chuva às quinze e quarenta da tarde. Acordei. E descobriu que a saudade faz parte do pacote.

E quem disse que seria fácil.