quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Descobrindo

‘Eu descobri um mundo teu e ele é manso
Sem perceber tive paz’
(Los hermanos – Onze dias)


E hoje eu tive uma vontade súbita de chorar. Tava chovendo e eu tive vontade. 6:23 da tarde. Veio surgindo não sei de onde, fiquei tão assustada quando vi meus olhos cheios de lágrimas prontas para saltar a qualquer momento, que antes de mais algum movimento abaixei a cabeça, para que não notassem e me achassem louca, chorando no meio da rua.
Acho que isso se deve ao casamento que fui esse fim de semana; engraçado é que nunca choro em casamentos e esse foi atípico aos demais que já tenha ido, pois assim que o noivo entrou começou a chorar. Senti que para ele era uma vitória estar ali, celebrando com os amigos e afirmando na frente das pessoas o amor por aquela mulher.
Hoje lembrei de que com você eu entendi o porquê que as pessoas casam. Porque, até então, eu nunca tinha entendido qual a razão que leva determinada pessoa sair da sua casa, do seu conforto, do egoísmo das suas coisas, das suas pequenas conquistas e vai para uma casa menor que a sua, com menos conforto, conviver com alguém que você ‘acabou’ de conhecer. Só que não existe razão, existe justamente a falta de razão, a ausência total e completa da racionalidade.
Mas, naquele dia eu entendi. Naquele dia quando a primeira vista que meus olhos tiveram foi a dos teus olhos, e eu tive, sem dúvida, a mesma alegria e euforia dos ‘grandes descobridores’, de Cabral talvez Américo, que saiam nas caravelas buscando o que nem eles mesmos sabiam que existia, lembro que pensei ‘hoje acordei com a minha sorte ao meu lado. ’
Eu entendi que o amor faz coisas inexplicáveis, assim com descobrir razões nunca antes encontradas, e te leva a compreender coisas que a racionalidade, a lógica não deixa compreender.
E naquele dia eu entendi que, eu seria capaz de deixar minhas pequenas conquistas pelos instantes de paz e sossego partilhados contigo.

Por Alberta de Melo

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