sexta-feira, 30 de julho de 2010

Viagem

depois de mim, tu

depois dos abraços, beijos,

depois da vinda, saudade,

remanço que só encontrei em ti.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sobre Meninos e homens

“..E o pior da pirralhada não é nada
O pior é ter que ensinar o caba a ser homem.”
(Eliane Melo)


Os homens são apenas Meninos medrosos e com uma autoconfiança lastimante.
Os homens, que tenho conhecido, são apenas Meninos medrosos e nada mais. É lastimante a idéia de constatar que os homens são apenas Meninos, e o pior é que talvez os que hoje são Meninos se tornem com o passar do tempo e da vida em homens possuidores da tal da autoconfiança lastimante, da coragem forjada em idéias pré-fabricadas sobre os sentimentos e vontades e certezas.
Ando tão cansada dessa turma de semideuses, das conversas chatas, e prolongadas, sem objetivo digno. Ando cansada dos ‘Aquiles’, 'dos Hércules' e dos 'Teseus'
e seus super-egos, das suas maneiras 'heróicas' em resolver questões, ou da falta de maneira para resolvê-las.
Meu reino por um Homem.
Um só que não me subestime, ou que pelo menos não me enfade, com a monotonia e com as previsibilidades da vida.
Baseado em que tipos folclóricos-femininos com seus clichês e seus objetivos de vida que cabem num resumo de cinco linhas, tu me comparas?!
Sim, sim eu sou comum, igualzinha a você, mas não a todos. Eu cometo meus erros mesquinhos, mas também tenho meus grandes momentos.
Conscientemente eu sei que nem todos os Meninos querem namorar comigo, e mais conscientemente ainda eu sei que eu também não quero namorar com a maioria deles. Pensar diferente disso seria estar presa a herança das mulheres sonhadoras e donas de casa do século passado.
Posso te garantir que os verões em que passei solitária me deixaram mais mulher, mais leve, e que, depois de sofrer muito querendo uma pessoa perfeita, ou ainda tentando encaixá-la no meu modo, eu só quero ser feliz de um jeito simples. De uma maneira sincera. De uma maneira real. E o pior é que mesmo já tendo aprendido e aceitado isso tudo penso que todo aquele Homem que você era pra mim assumiu a forma de menino, igual aquele do livro ‘Marcelo, Marmelo Martelo’, da Ruth Rocha, lembro bem: Caloca, menino com sua grande bola, que decidia qual é a hora de brincar e quem podia entrar na brincadeira. Um Menino e nada mais. Homem pra mim vem na forma de Peter Pan, com suas aventuras e coragem, irresponsável talvez, mas coragem desmedida diante do inesperado.
Sinto que se eu esperar muito por você talvez eu não te queira mais. Nem homem, nem Menino.
Desculpa vir aqui e te dizer, mas não precisas me dizer o que eu já sei: ilusão é quando a gente fecha os olhos diante do que está a nossa frente e para você, tenha plena certeza, meus olhos sempre estiveram escancarados. Sempre gostei de te enxergar no teu mínimo, no íntimo, no que te é mais fiel.
Mas definitivamente ando sem paciência para te ensinar a ser um Homem para mim.

por Alberta de Melo

terça-feira, 6 de julho de 2010

Coisas

Peguei essa poesia já andando,
andando de uma lado para outro
até bater na ponta dessa caneta

Poesia que me desperta e faz chorar,
húmidas, lavam, torcem as ideias.
Ai você vem em formas de lágrimas,
Desce devagar, beija meus olhos, minha boca, minha pele
te absorvo.

Veio falar de medo.

Não sei quando vc vai voltar
dado a dificuldade das lágrimas
e para te ver novamente
perco até o medo de chorar,

Logo eu que tenho medo
de dormi só,
de envelhecer só,
de nunca mais ídilios.